O Segredo das Runas - Resenha

Sinopse: 

Meu espírito ansiava por respostas veladas pelas imponentes muralhas do Valhalla..., Mas somente encontrei mortes justificadas por nomes sagrados. Se meu único caminho é apenas sangue a ser derramado... Então eu mesma farei este julgamento.

Mundos distantes podem ser reflexos de uma única realidade.

As areias escorrem na ampulheta do tempo para que a médica Sophie Campbell impeça sua irmã de se lançar numa arriscada empreitada militar e para que Arthenis alcance sua salvação na fatídica batalha do Ragnarok.

A médica Sophie Campbell encontra-se em uma situação familiar difícil. Sua irmã, Claire, é uma capitã da aeronáutica americana e após os terríveis ataques terroristas às torres gêmeas em 11 de setembro, os EUA estão prestes a declarar uma guerra sem sentido, segundo Sophie, que teme por sua irmã, que é quase certo que será chamada para participar da sangrenta batalha. 

Sophie é derivado de Sofia que tem como etimologia do grego antigo o significado de Sabedoria. E é isso que uma das nossas protagonistas precisa, de sabedoria. Conhecimento. Conselhos. Como livrar sua irmã de uma dolorosa experiência na guerra, podendo causar quase sua morte certa?

Em uma tentativa de salvar o que restou de sua família e convencer a cabeça dura de sua irmã à não ir para guerra, Sophie procura ajuda com seu tio. Um bom e velho velhinho que é dono de uma antiga livraria. Ao contrário do que Sophie espera, seu tio não lhe dá conselhos, ele lhe da um livro intitulado "A Escolha de Uma Valquíria". Um livro do qual ela nunca ouviu falar, apesar de ser um best seller de vendas. Confusa e sem entender nada, a frágil Sophie embarca de cara nesta história, e descobre que ela não é a única que passa por situações turbulentas. 

O diferencial desta obra é que ela não é apenas um livro e sim dois livros, com duas histórias diferentes mescladas. Acompanhamos simultaneamente duas mulheres, uma médica e uma valquíria, lutarem pelos seus sentimentos. É nesta história paralela que conhecemos Arthenis, uma valquíria, que, assim como Sophie, enfrenta um grande dilema; Seguir o destino dos deuses nórdicos ou lutar pelos seus sentimentos?

A integração de uma história na outra foi uma experiência muito interessante. Pois assim percebíamos os sentimentos de Sophie com o decorrer da história de Arthenis, que com muitas batalhas, discussões e aventuras, ela procurou enfrentar o Ragnarok, a guerra onde daria fim ao mundo dos deuses, da maneira que ela achasse melhor, mantendo seus princípios e opiniões. Não há muito o que contar em relação ao mundo criado pelo autor. Creio que a melhor forma de preservar a qualidade da obra é mantendo seu mistério. Afinal, quais serão os acontecimentos finais: Sophie irá conseguir convencer sua irmã a não ir à guerra? Arthenis sobreviverá ao preludio dos deuses, o temido Ragnarok? O desenrolar do início ao fim é extremamente envolvente e surpreendente.

O desenvolvimento da mitologia nórdica no livro é impecável. Os elementos da crença foram muito bem explicados e detalhados, contando com um glossário ao final do livro detalhando todos os termos diferentes usados durante a escrita, o que é uma grande ajuda para muitos. Eu já havia tido um contado com a mitologia nórdica, por isso não tive muita dificuldade, ou estranhamento, para entender o mundo nórdico, que sem dúvida nenhuma, é bem mais complicado e complexo que a mitologia grega, mas ainda assim, interessante. 

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