sábado, 26 de setembro de 2015

Conto: Sonho De Uma Noite.


— Mãe? — Pergunto já sabendo a resposta. 

Nada. Minha mãe não está em casa, assim creio. À chamo e não recebo resposta alguma. 

— Pai? — Tento, e novamente sou respondido pelo silêncio.

Trancado dentro do quarto eu apenas ouvia o som da forte chuva que ocorria lá fora. A luz havia acabado minutos atrás, e sem ela eu apenas via sombras. Mas não era isso que me incomodava. O fato da casa estar silenciosa era o que de fato incomodava-me. Entretanto não demora para esse silencio ser rompido. Ouço sons de passos e uma voz chorosa vindo em minha direção. 

— Caio, onde você está? — Diz essa voz, e agora eu a reconheço. Era a voz de Gertrude, minha vizinha. 

Permaneço em silencio. Tudo isso é muito estranho. Onde meus pais estão? E o que Gertrude está fazendo aqui? Fora os passos de Gertrude locomovendo-se pela casa, não há mais nenhum som. Nem de dentro de casa e muito menos vindos da rua. 

A porta de meu quarto abre-se, o que é muito estranho pois tenho certeza que eu a havia trancado. Gertrude ligeiramente entra no quarto e fecha a porta. Vejo com grande dificuldade o seu corpo em forma de sombra. Ao que parece ela está tremendo muito e vestindo uma camisola branca muito larga. A chuva lá fora continua, rebelde e descontrolada. 

Ao cair um raio o ambiente ilumina-se por alguns segundos. Mas nesses temíveis segundos consegui observar o rosto de Gertrude, e a visão proporcionada não foi nada agradável… Minha vizinha, ou o que restava dela, estava em carne viva, manchada de sangue. Passei por ela, abri a porta e corri em disparada para a rua.

Em meio a lagrimas de desespero eu me pergunto: O que esta acontecendo?. O pânico não me deixa pensar. A consciência da lugar à adrenalina e assim corro em disparada até avistar o único prédio com luz. A biblioteca, que certamente deveria ter um gerador próprio. Não hesito em entrar, afinal que mal poderia haver em uma biblioteca? 

O lugar estava praticamente vazio, com exceção de uma pessoa ou outra parada aleatoriamente. A chuva, com toda sua ira, havia me molhado dos pés a cabeça. A bibliotecária encara-me e sua raiva é visível. Sabendo que ela iria mandar eu me retirar, corro para o fundo da biblioteca. Eu precisava pensar e colocar as coisas no lugar. 

Quando finalmente eu havia despistado a bibliotecária sento no chão. Abraçado aos joelhos, com as lagrimas escorrendo, sentindo frio e tremendo, apenas sinto que algo de ruim está por vir. 

— SAIA DAQUI IMEDIATAMENTE SEU DELINQUENTE! — Berra a bibliotecária, me pegando de surpresa. 

—D-D-Desculpa… — Falo levantando-me. 

E quando eu receberia, provavelmente, mais um xingão o chão começa a tremer. Os livros da prateleira caem, juntamente com o pouco de pessoas que lá estavam, ao chão. O tremor não demora a passar, todos estão confusos. Olho pela janela e vejo uma estranha luz cortar a negritude do céu noturno. 

O objeto, de aparência metálica, emitia uma forte luz vermelha. E estranhamente aquela luz me provocava, eu precisava segui-la. Um impulso tomou conta de mim e novamente corri em disparada para a rua. Desta vez seguindo a rastro vermelho no céu. Percebi agora que eu não era o único, diversas pessoas corriam para a mesma direção. 

Por mais que soubesse que eu deveria correr para a direção contraria, meu corpo parecia não responder a essas ordens. A única meta imposta i era chegar o mais rapidamente à essa nave. E era uma nave. Sem saber o porquê eu tinha certeza que era de fato uma nave. 

A nave pousou, a luz vermelha continuava mais forte do que nunca. A chuva agora havia cessado. Além do imenso brilho vermelho emitido pela nave, a lua também estava vermelha que nem sangue, brilhando intacta lá em cima. 

Eu me encontrava em um estado de alienação: Não sabia a real razão de estar indo em direção da nave. Não sabia onde meus pais estavam. Não sabia o que havia acontecido com Gertrude. O fato era que eu estava entorpecido. Meus pensamentos não estavam desenvolvendo-se. E quando eu tentava botar em ordem meus pensamentos, uma forte dor de cabeça tomava conta de mim.

Finalmente o grupo chegou à nave. A construção era incrivelmente desenvolvida. Suas proporções erma gigantescas. As portas abriam-se lentamente. Segundo após segundo víamos cada vez mais dos dois corpos que estavam atrás daquela porta. Até agora víamos os pés e as canelas, de aparência normal, vestindo o que parecia ser um macacão branco e simples. 

O grupo, em total estado de alienação, compartilhava uma única emoção: Ansiedade. Todos queríamos ver o mais rápido possível os seres que lá estavam. O sentimento, e os pensamentos de todos eram um. 

A porta cobria apenas a parte de cima dos corpos agora. O rosto estava prestes a ser revelado! Os seres donos de tal nave e responsáveis por tal estado de alienação mutua em poucos minutos seriam descobertos. Mas o que aconteceria após isso?  Automaticamente todos prendemos a respiração…

— Caio! Acorde! Eu não vou chamar mais uma vez! — Interrompeu uma voz vindo de longe. 

— O que mãe? — Perguntei confuso. 

— Você tem aula! Esqueceu disso? Ande, você já está atrasado. — Ralhou minha mãe.

— Então foi tudo um sonho?!… — Perguntei para mim mesmo através de um sussurro. 

~//~

Bom, então... Resolvi escrever alguma coisa hoje e o resultado foi isso. Será que posto uma continuação, talvez? haahahah. Enfim, eu estava escrevendo e fiquei com vontade de postar esse texto no blog, espero não me arrepender disso amanhã.... 

8 Comentários:

  1. Nossa eu estava com a adrenalina a mil aqui, aí teve esse final 😭 Parabéns pelo conto, muito bom!

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    1. Heuheuheurheu Era esse o objetivo! Mas talvez pode não ter sido apenas um sonho? Quem sabe... Mas enfim, obrigado mesmo!

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  2. Hahahaha... que virada no final!
    Conseguiu me prender do início ao fim. Se tiver continuação quero ler!
    Ficou muito bom o seu texto.
    Eu também escrevo e gosto de postar as histórias no Wattpad:
    Meu perfil de contos: https://www.wattpad.com/user/helainaideas
    Meu perfil de fanfics: https://www.wattpad.com/user/moonyfanfic

    Passe por lá pra ler! Espero que você goste! ;)
    Beijussss;
    http://hipercriativa.blogspot.com.br/
    https://www.facebook.com/BlogMenteHipercriativa

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    1. Obah! Obrigado Pela Visita E Pelo Comentário :) Enfim... Talvez Eu Faça Uma Continuação, Já Estou Até Pensando No Que Talvez Possa Ocorrer Futuramente, Mas Enquanto Isso, Sempre Terá As Resenhas.

      E Pode Deixar Que Já Já Dou Uma Conferida Nos Teus Contos Do Wattpad. Té Mais O/

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  3. Nossa, amei !!
    Escrita ótima, parabéns !
    A leitura me prendeu do começo ao fim e esse final ♡ !
    Bjs !

    Blogencantoporlivros.blogspot.com

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  4. Nossa, amei !!
    Escrita ótima, parabéns !
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